terça-feira, 3 de novembro de 2009

Quem Sou?

QUEM SOU?

Vai haver sempre alguém que diga,
Que nasci a milhares, milhões ou bilhões de anos.
Ah! No início eu era fogo, e queimava aquele que de mim se aproximasse.
Mas, também eu era solitária e sem vida.
É, mas o tempo passou, assim como tudo passa,
E toda aquela explosão foi transformando em bonança,
E toda aquela fúria foi acalmada.
Surgiu então a emoção e o pranto, e o pulsar do coração que tanto tempo durou.
Toda essa lagrima derramada, um grande oceano formou.
Um oceano de água assim como toda água, que, mata a sede e refresca, que é também o alimento e a fonte da vida.
Com a água nasceu a esperança, em um minúsculo sinal de vida, que ao poucos se evoluiu, multiplicou, triplicou, e fez outras vidas surgir,
Vidas que voam, vidas que nadam, vidas que andam, vidas que se arrastam,
Assim todas as formas de vidas.
Vidas que se alimentam de vidas, vidas que se acalentam, vidas que sonham, vidas que correm, vidas que chegam, e vidas que vão embora.
Durante toda a minha existência, eu já vi muitas coisas, também já fiz muitas viagens,
Já vi algumas centenas de bilhões de dias e noites passarem.
Já vi muita gente sorrir, mas também vi muita gente chorar.
Eu já vi muitas coisas nascer, mas também vi muitas coisas morrer.
Já vi muitos vulcões, terremotos, furacões e tufões, tsunamis e vendavais.
Já senti o sol a queimar, como também tanta chuva e a enxurrada a correr e os rios a transbordar,
Tantas águas cristalinas eu já vi, e outras nem como nadar,
Já senti no deserto o calor sufocar, e nas montanhas e pólos a neve em flocos cair,
Eu já vi muitas florestas, e as ferras nelas rugir, como vi árvores a tombar e animais se amedrontar,
Já vi labareda de fogo subir, e todos os animais a fugir,
Já vi o beija-flor a flor beijar, e a pomba triste cantar,
Já vi tantos impérios surgir e outros se acabar, tantas nações buscar a paz e outras a guerra amar,
Já vi tantos buscar o sonho e outros dele fugir,
Já fiz tanto pela vida, mas nem todas podem existir,
Nem a minha mesmo eu sei quando tempo ainda ela pode resistir,
Agora eu me declaro, sou a Terra, o berço e o aconchego da vida,
Aonde tudo pode encontrar.
O choro, a saudade, a tristeza e a dor,
O riso, a felicidade, a esperança e o canto de amor.
Um novo tempo anuncia, se é distante, lá quero estar,
Se demorar não importa, quero ter vida pra lá chegar.
Quem sabe neste novo tempo tudo possa mudar, mas que o bicho Homem aprenda de mim a cuidar.





AUTOR: JOSÉ DE PAULA

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